Museo Santiago Ydáñez is a proposal by ARX Portugal for Ayuntamiento de Puente de Génave designed in 2011. It is located in Puente de Génave Spain in a countryside setting. Its scale is medium with a surface of 2.500 sqm. Key material is metal. The concept of ribs is explored. Review the 5 proposals for the same competition.
O Museu ocupa a Antiga Fábrica La Vicaría. Trata-se de um conjunto edificado com uma forte visibilidade e uma identidade própria, significando para a povoação uma espécie de templo na sua pequena acrópole. A proposta consiste numa “intervenção mínima” na qual, de um modo essencial, o objecto se assume como um “sinal” de cultura. Representa um marco no território que, simultaneamente, enfatiza as particularidades do lugar e afirma à povoação o novo museu, enquanto equipamento de referência. Adicionalmente, dada a presença estratégica deste edifício na entrada da povoação, poderá ainda assumir o carácter de novo “espaço de eventos“ para momentos de especial significado para a comunidade. Assim, o museu organiza-se em três níveis:
– No térreo, um grande átrio exterior, definido pelos dois edifícos pré-existentes e pelo corpo novo que os interliga, recebe os visitantes. As antigas naves contém as funções programáticas autonomizáveis, nomeadamente o auditório, a loja, a cafetaria e a mediateca. O volume proposto alberga as exposições temporárias, divididas em três grandes salas.
– No subterrâneo encontra-se o núcleo da colecção permanente, bem como todas as áreas técnicas de apoio e depósito.
– Na cobertura, um espelho de água refresca o ambiente – aludindo a uma estratégia de raíz islâmica – e reflecte as naves existentes nesta nova ala. O volume “farol” estende-se visualmente à paisagem e possui um carácter flexível, podendo destinar-se a exposições especiais, às «vernissages» e «finissages».
Quanto à tectónica, utilizam-se materiais naturais como o tijolo maciço artesanal, a pedra e as argamassas tradicionais. O vidro surge como uma consequência natural da desejada abertura à envolvente e o aço-corten como material identitário, numa analogia com as cores do território e as obras de Santiago Ydañez – encarnado, mas também capaz de conferir ao conjunto uma presença telúrica. Para além das intenções arquitectónicas, o conceito de “intervenção mínima” é também levado à economia de recursos. Considerando a conjuntura de escassez, ao mesmo tempo que se recuperam dois edifícios com valor patrimonial, constitui-se o museu com o investimento estritamente necessário. Esta opção de reciclar a “memória colectiva” parece encontrar coerência no espírito “sustentável” da povoação, que é, de resto, confirmado na sua estação fotovoltaica.